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    Nostalgia e encontro de gerações: como foi o Prime Rock Brasil Curitiba

    Dezembro 2, 202210 minutos lidos Cultura
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    Será que fomos apressados ou foi o tempo que parou?
    Será que estamos parados, congelados no espaço?

    Os versos são de “No seu Lugar”, sucesso de 1991 do Kid Abelha (do álbum Tudo é Permitido) cantado por Paula Toller, acompanhada por praticamente 20 mil vozes na Pedreira Paulo Leminski no dia 26, último sábado de novembro, durante o Prime Rock Brasil Curitiba, festival que celebra o pop rock de três e quatro décadas anteriores.

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    “Música boa não tem prazo de validade”, afirmou Evandro Mesquita no mesmo palco. Ele está certo; clássicos não morrem nunca. A música, porém, se reinventa a cada dia, ou a cada minuto desde a chegada da internet, com artistas, discos, singles e vídeos novos pipocando pelas plataformas de streaming na tela do computador ou celular o tempo todo. E ainda há os que resistem e lançam tiragens limitadas em LP, em 180 gramas, caros e alvos de colecionadores.

    A chuva deu certa trégua e não estragou os planos do festival nem do público, formado em média por pessoas acima dos 35 anos. Gente que viu nascer ou viveu a ascensão do Rock Brasil, ou BRock, nos anos 80, e também viu quando, nas décadas seguintes, o gênero foi sendo escanteado por rádios e emissoras de TV, substituído por pagode, sertanejo, axé music, dance music, rap e outras escolas do pop. Casais com filhos em idade escolar e jovens na casa dos 20 anos, em menor número, registre-se, também circularam pela Pedreira

    Além de Paula, Nando Reis, Blitz, Titãs, Jota Quest, Capital Inicial e Humberto Gessinger completaram o line up de veteranos. Todos contaram com o acompanhamento do público praticamente o tempo todo, sobretudo em seus hits principais.

    O Prime Rock Brasil, da produtora Prime, nasceu em 2018 em Curitiba. Em 2019, foram três edições: Recife (PE), Belo Horizonte (MG) e capital paranaense. A pandemia travou o festival por dois anos. Em 2022, Belo Horizonte e Curitiba sediaram o evento. Números não oficiais informam que a edição mineira deste ano, na esplanada do Estádio Mineirão, recebeu aproximadamente 30 mil pessoas. A Pedreira vai sediar novamente a edição do ano que vem, marcada para 9 de dezembro. Há planos de tornar o festival itinerante, levando-o a dez capitais. A nostalgia é um bom negócio.

    Os ingressos para o Prime Rock Brasil Curitiba deste ano variaram entre R$ 120 na pista (meia-entrada) e R$ 1.200 no In-stage, como se fossem duas varandas nas laterais do palco, com visão privilegiada de artistas e público, e direito a transporte para a Pedreira, acesso a bares e área de alimentação com open food e lounge. Dos dois lados do palco, as áreas estavam lotadas.

    O sol voltou a brilhar no início do show da cantora Paula Toller. Foto: Prime Rockers Photography
    O sol voltou a brilhar no início do show da cantora Paula Toller. Foto: Prime Rockers Photography

    Dona e biquíni de bolinha
    amarelinha

    De novidade,
    apenas o Colomy, algo entre o rock rural e a MPB, que abriu a programação no
    início da tarde, e recebeu o público. Formado em 2020 em Jaú, interior de São
    Paulo, o grupo resgata elementos do passado, incluindo Clube da Esquina e Sá
    & Guarabyra, e um leve toque de psicodelia. A banda encerrou a apresentação
    no festival com uma versão de “Dona”, da dupla, sucesso na versão do Roupa
    Nova. Sebastião Reis, voz e violão do trio, que no show contou com um quarto integrante,
    é filho de Nando Reis. É para ele a música do pai, “O Mundo é Bão, Sebastião”.

    O caráter
    do Prime Rock Brasil é de resgate, de um passado ainda vivo na memória do
    público. O quinteto mineiro Jota Quest, cria dos anos 90, era o intruso na
    turma, embora assumidamente herdeiro da geração anterior.

    E foi o
    que os artistas entregaram. Sucessos do passado – a carreira de Nando Reis
    envolve trabalhos mais recentes, mas parte do repertório solo do ex-titã, o que
    está mais vivo na mente do público, preencheu as FMs do país entre o fim da
    década de 1990 e os primeiros anos dos 2000. Teve “Marvin”, de Go Back (1988) e “Os Cegos do Castelo”,
    do Acústico MTV, também dos Titãs (1997).

    Paula Toller apresentou boa parte dos sucessos do Kid Abelha – “Alice”, “Educação Sentimental II”, “Pintura Íntima” fechando o set. Ainda coube homenagem a Erasmo Carlos com “É preciso saber viver”, dele com Roberto Carlos.

    Imagem feita do In-stage, de onde era possível ter visão privilegiada do palco e de boa parte da Pedreira. Foto: Prime Rockers Photography
    Imagem feita do In-stage, de onde era possível ter visão privilegiada do palco e de boa parte da Pedreira. Foto: Prime Rockers Photography

    A Blitz, que trocou de lugar com os Titãs porque o voo dos paulistas atrasou, seguiu disparando hits do passado. Em turnê de 40 anos do grupo, apresentou “Weekend”, “Mais uma de amor (geme geme), “Você não soube me amar”, intercalados com hits de outros artistas – “Perdidos na Selva”, da Gang 90, “Aluga-se”, de Raul Seixas (Evandro: “sempre tem alguém que pede ‘toca Raul’”), “Bete Balanço”, do Barão Vermelho, “Óculos”, dos Paralamas, e até “Biquíni de Bolinha Amarelinha”, versão de Hervé Cordovil (de 1964) para a música “Itsy Bitsy Teenie Weenie Yellow Polka Dot Bikini”, dos norte-americanos Paul Vance e Lee Pockriss. Show com certo gosto de baile de formatura. A plateia cantou junbto e se divertiu.

    Público acompanhou 11 horas de rock na Pedreira. Foto: Prime Rockers Photography
    Público acompanhou 11 horas de rock na Pedreira. Foto: Prime Rockers Photography

    Go
    Back

    Vieram os Titãs, com turnê de retorno dos
    integrantes da formação clássica agendada para o ano que vem. “Apocalipse Só”,
    de Olho Furta-Cor”, lançado este ano, abriu o show do atual quinteto – com Beto
    Lee, filho de Rita Lee, em uma das guitarras. Boa parte do repertório também se
    baseou nos sucessos dos anos 80: “Go Back”, 
    “Marvin”, “Sonífera Ilha”, “Flores”, “Homem Primata”, “Bichos Escrotos”.
    Rouco mas recuperado de um problema de saúde, Branco Mello cantou “Cabeça
    Dinossauro”, o melhor momento do show. Mas no geral, os Titãs ao vivo parecem
    uma sombra do que já foram.

    O público não dá bola pra isso. “Eu só quero ver os Titãs”, avisou uma mulher, na casa dos 50 anos, cabelos grisalhos, empolgada com a proximidade do show. De máscara, ela estava com uma turma que compartilhava histórias de shows de rock vividas no passado. “Ah, tem telão”, disparou uma moça alguns anos mais jovem, assim que a banda entrou e ficou difícil ver o palco mesmo da beirada do In-stage pela quantidade de gente. Do lado dela, um amigo conformado respondeu: “A gente é ‘véio’”.

    Selfies,
    acepipes e um cosplay do Dinho Ouro Preto

    Na pista, a ameaça de mais chuva não assustava. Como
    em todo show de rock, as camisetas de banda eram quase obrigatórias. As do Guns
    ‘n’ Roses venceram em quantidade. Quando, entre um show e outro, “Sweet Child o’
    Mine” explodiu no sistema de som, o público gritou e cantou o refrão. Foi assim
    também com “Tempo Perdido”, da Legião Urbana.

    Nos camarotes situados na lateral direita da Pedreira, o público revezava entre reels, stories, as mesas de acepipes e as filas dos bares, e nas praticamente obrigatórias selfies – em quase todas, o palco ao fundo e mãos fazendo o chifre do metal (com mais ou menos 1,60m de altura, uma ‘estátua’ de uma mão fazendo o ‘sinal do rock’, na parte de trás do palco, servia de cenário para fotos de quem podia circular no local).

    Um cover do Dinho Ouro Preto se divertia posando para fotos ao lado do palco. “É ele sim! Não é ele? Mas é igual… não acredito”, lamentou uma mulher ao saber que não era o Dinho real. Instantes antes, ela apontava, para o namorado, o sujeito que jurava ser o líder do Capital Inicial. “O nome dele é Zé!”, gritava um sujeito de meia idade, do alto do In-stage para a lateral do palco, onde o cosplay vivia os 15 minutos de fama. “Esse é 171!”, continuou, às gargalhadas. De jaqueta, camiseta e calças pretas, óculos escuros, cabelos arrepiados, um lenço vermelho para fora do bolso de trás da calça, o falso Dinho atendeu todo mundo com um sorriso (maroto) no rosto.

    O cosplay de Dinho Ouro Preto fez muita gente acreditar que se tratava do Dinho real. Foto: Filipe Albuquerque
    O cosplay de Dinho Ouro Preto fez muita gente acreditar que se tratava do Dinho real. Foto: Filipe Albuquerque

    Uma pequena confusão gerou climão no In-stage do
    lado direito do palco, quando o Jota Quest desenrolava seu set, que começou com
    “Além do Horizonte”, versão da banda para o sucesso de Roberto e Erasmo Carlos,
    de 1975. Aquela coisa de alguém na frente, na beira do camarote, não se
    importar com o pedido de quem está atrás e, por ser mais baixo, não conseguir
    ver o palco. Tudo se resolveu em poucos minutos com a presença de dois
    seguranças e um pouco de diálogo.

    Minutos antes, quando o equipamento da banda era transportado para o palco, um dos integrantes do staff dos mineiros deixou caiu o cabeçote de um dos dois amplificadores Marshall do guitarrista Marco Túlio. O equipamento, que não é nada barato, bateu no chão e produziu um estalo que assustou. Esses cabeçotes são compostos por válvulas (uma delas pode custar mais de R$ 300) e outros componentes um tanto quanto sensíveis a pancadas. O susto fez parte da equipe de roadies da banda se juntar em volta dos amplificadores para identificar um possível estrago. Com tudo em ordem, a banda despejou sucessos – “Na Moral”, “Encontrar Alguém”, “Planeta dos Macacos”, “Amor Maior”, “As Dores do Mundo”.

    “Esse festival é uma pérola para um tipo de música muito importante para a cultura brasileira”, celebrou Rogério Flausino. O público vibrou.

    O
    hexa vem  

    O Dinho Ouro Preto real e o Capital Inicial subiram ao palco por volta das 21h40, quando uma garoa fina umedecia novamente a Pedreira. Nascido em Curitiba, estava empolgado por tocar em casa. Mas Dinho assumiu os vocais da banda em Brasília em 1983, ano seguinte à formação do grupo. Em 1985, o grupo se mudou para São Paulo e chegou a fazer ensaios em um sobrado no coração do bairro do Bixiga, no centro da cidade.

    Entre os sucessos da carreira, “O Passageiro”, versão de “The Passenger”, de Iggy Pop, “Independência”, “Todas as Noites”, “Tudo que Vai” e “Primeiros Erros”, de Kiko Zambianchi, gravada pela banda no Acústico MTV, de 2000. A voz de Dinho soou insegura em alguns momentos, e ele continua a se comportar como um garoto de 18 anos diante de uma banda de hardcore, algo que o Capital Inicial nunca foi e nunca será. Incluiu no repertório “Que País é Esse”, da Legião Urbana, e profetizou, ao final da música: “este é o país que vai ganhar a Copa”.

    E me
    faça esquecer tudo que eu vi

    Humberto Gessinger fechou a noite, quando a chuva já era algo mais que uma garoa. No repertório, “Infinita Highway”, “Eu Me Sinto um Estrangeiro”, “Pra Ser Sincero” (com parte do público cantando a melodia de introdução feita pela guitarra), “Eu Que Não Amo Você”, músicas do repertório dos Engenheiros do Hawaii, banda que hiberna desde 2008, sem previsão de acordar. No palco, Humberto tocou baixo, violão, teclados e gaita, e foi acompanhado pelo guitarrista Felipe Rotta e pelo baterista Rafa Bisogno. Ele encerrou o show com “Toda Forma de Poder”, música que abre Longe Demais das Capitais, disco de estreia de sua antiga banda, lançado em outubro de 1986, rodando o braço direito sobre as cordas do baixo à Pete Townshend, guitarrista do The Who.

    Em uma edição especial de 2004 da revista Superinteressante sobre o rock brasileiro dos anos 80, o editor Ricardo Alexandre registrou: “os anos 80 são nossos anos 60, e toda febre nostálgica sem fim em torno deles só prova isso”. A febre continua ardendo, para o bem e para o mal.

    Os shows do dia 26 podem ser conferidos na íntegra no cancal da Prime no YouTube.

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